O balanço das movimentações realizadas de janeiro a novembro de 2025, divulgado na última semana pela Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac), mostrou a importância dessa modalidade para a economia nacional. Só este ano, foram movimentados R$ 467 milhões, aumento de 31,9% em relação ao mesmo período de 2024. Foram 4,78 milhões de cotas vendidas, 12,74 milhões de participantes ativos e R$ 112,55 bilhões de crédito concedido.
Em
entrevista para o InfoMoney, o presidente executivo da Abac, Paulo Roberto Rossi, disse que esse crescimento é uma tendência observada nos últimos anos e reflexo da confiança do consumidor. "O brasileiro vem aderindo por começar a entender a essência da educação financeira. O crescimento é resultado desse amadurecimento do planejamento das finanças pessoais, incluindo o consórcio como opção para aquisição de bens ou contratação de serviços."
Esse comportamento também teve reflexos no mercado imobiliário. Segundo os dados da Abac, as contemplações representaram 24% de todos os imóveis financiados no período, com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e dos consórcios. Houve, também, crescimento de 36,2% na venda de cotas e de quase 50% nos negócios realizados até novembro de 2025.
Segundo a entidade, a modalidade passou a ser mais utilizada por jovens profissionais, por empreendedores e por investidores como uma estratégia para formação de patrimônio, combinando consórcio e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para obter crédito, dar lances ou quitar o bem.
De modo geral, são mais de R$ 719 bilhões em ativos administrados via consórcio - 6,1% do PIB em 2024. Isso, de acordo com a Abac, representa um patrimônio líquido de R$ 20,9 bilhões, o que reforça a segurança do setor e evidencia um comportamento do brasileiro, que tem optado por planejar antes de comprar.
Consórcio em outras áreas
O grande carro-chefe para utilização do consórcio ainda é o setor automotivo - um a cada três veículos leves ou motocicletas são vendidos dessa forma. Isso se repete no segmento de veículos pesados, principalmente no agronegócio, em que uma em cada quatro máquinas foram adquiridas via consórcio.
Quando se fala do uso para adquirir eletrônicos, bens duráveis ou serviços, essa alta pode chegar a 100% em alguns casos. Segundo a Abac, isso é sinal de que o consórcio não está mais restrito a grandes bens, integrando o planejamento financeiro de diferentes públicos.