10/09/2025
Levantamento experimental em Guarulhos e Palmas traz dados inéditos e abre debate nacional
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou em 8 de setembro uma proposta inédita de mapeamento das Áreas Verdes Urbanas no Brasil. O estudo, conduzido pela Diretoria de Geociências (DGC), foi realizado em caráter experimental em Guarulhos (SP) e Palmas (TO), cidades escolhidas por suas diferenças regionais de formação, clima e vegetação. A metodologia adotou a definição do Código Florestal, que considera áreas públicas ou privadas de vegetação natural ou recuperada com função ecossistêmica distinta de loteamentos e moradias, e a classificação do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, que contempla parques, praças, canteiros e os serviços que oferecem, como recreação e regulação climática. A delimitação seguiu padrão internacional da ONU-Habitat, baseado em densidade demográfica e tamanho populacional, e contou com o uso de dados de cartografia colaborativa cruzados com imagens de satélite.
Em Guarulhos, o mapeamento identificou 7.096,37 hectares de áreas verdes urbanas, correspondendo a 45% das áreas urbanizadas em um raio de 800 metros do centro urbano. Considerando apenas as áreas intraurbanas, foram 6.036,73 hectares, equivalentes a 38% da área urbanizada. Para a responsável técnica pela pesquisa, Manuela Mendonça de Alvarenga, esse resultado permite avaliar o impacto do entorno do centro urbano no mosaico de áreas verdes e nos serviços prestados à população. Já em Palmas, o total foi de 5.137 hectares, representando 49,11% das áreas urbanizadas no recorte com entorno de 800 metros. No recorte intraurbano, o número cai para 977,99 hectares, cerca de 10% da área urbanizada, uma redução de 80%, explicada pela presença de extensas matas ciliares de rios tributários do Tocantins, que cruzam a cidade e não são consideradas áreas urbanizadas pela ausência de moradias ou edificações.
O estudo teve o ano de 2022 como referência, aproveitando insumos disponíveis e a base do último Censo Demográfico. A expectativa é que a metodologia, após ajustes, seja aplicada em todo o país e complementada com as atualizações das Áreas Urbanizadas do IBGE em periodicidade a ser definida.
Segundo a pesquisadora, o objetivo é abrir uma discussão metodológica para subsidiar um futuro levantamento nacional e abrir caminho para o uso de inteligência artificial. "A partir de uma primeira versão e de sua validação, o próprio mapeamento pode treinar algoritmos de inteligência artificial, permitindo atualizações mais automatizadas e eficientes em todo o Brasil", afirmou.
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